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Selecção Nacional sub-20: uma geração em nome de várias gerações. por João Antunes em 2011-08-20

Vejo neste grupo da nossa selecção sub-20 um lote de jogadores que poderiam de facto estar bem num patamar acima, a nível clubístico, daquele em que se encontram.

MIKA tem claramente segurança, presença e qualidade para se assumir como titular numa equipa da Liga ou no mínimo para ser mais que 3º GR do Benfica, não necessitando assim por exemplo de ter Eduardo sentado no banco.

CÉDRIC não perde em nada para Santiago Arias, muito menos para Pereirinha, podia muito bem ser a alternativa a João Pereira no SCP, onde certamente iria fazer entre uma e duas dezenas de jogos, jogos esses mais valiosos para a sua aprendizagem do que a mesmqa quantidade que vai fazer na Académica, onde me parece que a aposta vai recair em João Dias para a lateral direita.

MÁRIO RUI preferiu sair para Itália do que continuar emprestado pelo SLB. Fez bem? Se calhar fez, olhando para o que tem acontecido oas jovens emprestados pelo Benfica. Pese embora a má época do Fátima na época passada, fez uma boa época primando pela regularidade que agora nos holofotes do Mundial sub-20 lhe reconhecemos.

NUNO REIS é para mim o grande esteio desta selecção, faz RODERICK paracer um fraco central ao seu lado. Não lhe valeu a excelente época em Brugue, nem os títulos conquistados na formação, preferiram Rodrigues e Onyewu.

DANILO é um médio a quem auguro excelente futuro. E porquê? Porque já saiu do nosso país, infelizmente parece que tem que ser esse o caminho. Humilde, lutador e bom de bola (como não parece à primeira vista) há-de fazer o seu nome aparecer lá bem alto.

CAETANO já assumiu o seu papel na Liga e parece-me que irá despontar ainda mais este ano. Lembra-me JVP, com a devida distância qualitativa.

NÉLSON OLIVEIRA, por último a figura de destaque, está bem acima dos seus colegas ofensivos e destaca-se claramente na manobra de ataque da nossa jovem selecção. Oxalá Jesus olhe por ele esta época, como uma séria opção e não como um mero número estatístico.

A minha questão é, será que é só por termos conseguido um ambicionado mas pouco expectável percurso neste Mundial da Colômbia que agora se diz abertamente que é preciso apostar na formação, e tudo o mais que se ouviu desde a meia-final com a França? Teria sido necessário as gerações anteriores, tão boas ou melhores que esta, terem tido a felicidade de atingir uma marca tão importante como esta para que tivessem apostado nelas? O que seria feito dos craques que se perderam apenas por não terem tido visibilidade nos primeiros anos de sénior? Eventualmente teríamos ouvido falar mais de jogadores como Rúben Lima, Rui Pedro, André Carvalhas, Miguel Rosa, Ricardo Nogueira, David Caiado, Feliciano Condesso… Ou possivelmente o impacto seria outro quando falássemos de Castro, Ventura, Candeias, Ukra, Bruno Gama, Celestino, Wilson Eduardo, Tiago Pinto, entre tantos outros. Certamente não andariam emprestados a clubes menores, onde as suas “armas” de clube ganhador não são as mais adequadas.

Está na hora de não perder mais craques nacionais, não inferiores - e eventualmente mais baratos – aos jovens estrangeiros que todas as épocas chegam ao nosso país. E talvez até com maiores possibilidades de serem vendidos por belos milhões que aos clubes e a todo o país fazem falta.

Saudações desportivas. Viva Portugal!

P.S. Caso o trajecto de Portugal fosse aquele que o universo futebolístico nacional esperava (i.e. o insucesso), e todos diriam “Perderam e já vieram embora”, como correu ao contrário o comentário muda a para a primeira pessoa do plural - transmitindo um sentimento de pertença ao grupo – e assume um “Somos os maiores!”.