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Associação Académica de Coimbra
Eterno ano zeroJorge Carneiro Depois de passar por alguns longos hiatos nas divisões inferiores, já faz alguns anos desde que o mais emblemático clube da região de Coimbra regressou à prova mais importante a nível nacional, embora o antigo estuto de quarta potência Portuguesa se mantenha profundamente submerso e à espera de melhores dias. Mas não se pode responsabilizar a falta de recursos ou de apoios, dado que a cada época os estudantes se permitem realizar uma limpeza de balneário para dar espaço aos novos craques; e mal grado algumas noticias recentes que apontam para grave crise económica, sempre que os números vêm a público os orçamentos da Briosa até costumam ser dos mais faraónicos da Superliga. Há ainda um departamento de formação que ocasionalmente até vai fornecendo alguns bons artistas ao plantel principal, e ainda a massa associativa jovem, apaixonada e que não se abstém de acompanhar a equipa. Ou seja, não faltam condições... mas nesse caso, então porque é que a Académica acaba sempre a lutar pela manutenção? Pré-época e novo ano zero no plantel, com o clube a abrir mão de Zé Castro, N'Doye, Hugo Alcântara, Ezequias e Luciano, entre muitas outras figuras menos importantes; e em sentido inverso a entrarem perto de uma quinzena de novos atletas para reforçar todos os sectores. Assistiu-se também à habitual aposta no mercado sul-americano, com uma incidência especial em jogadores com contrato em vigor (portanto, com custos acrescidos). À excepção de Hélder Barbosa, Litos e talvez de Alexandre, as caras novas eram maioritariamente completamente desconhecidas para o grande público e portanto não entusiasmaram; e viriam mais tarde a confirmar todas essas mesmas expectativas - das dezenas de nomes apenas o experiente lateral Lino, o esforçado Paulo Sérgio e o acidental Dame N'Doye conseguiram convencer a massa adepta. Apesar das esperanças de que as reconhecidas capacidades de Manuel Machado conseguissem produzir alguma espécie de milagre, o percurso ao longo do campeonato foi muito modesto como aliás a qualidade do plantel exigia. A Académica andou sempre muito próxima do 13º lugar com que terminou, não apresentando grandes oscilações de forma em nenhum sentido. A quebra de "rendimento" no historial recente do professor explica-se com facilidade: se em Moreira de Cónegos dispunha da experiência e solidez combinada de Ricardo Fernandes e Sérgio Lomba, e se na Choupana formou uma nova dupla entre o mesmo Ricardo Fernandes e o Argentino Ávalos a que se juntavam dois laterais como Patacas e Alonso, já em Coimbra Manuel Machado não dispunha de uma única opção para a lateral direita, enquanto o titular na esquerda foi Lino, um jogador que menospreza em absoluto as tarefas de marcação. Com os flancos desguarnecidos e sem um parceiro para o experiente Litos (que começara muito mal a época subindo paulatinamente de rendimento com o acumular de jornadas), a Académica conquistou o 2º lugar da tabela de piores defesas - e não fosse estar Pedro Roma na baliza, ainda poderia ter sido bem pior. Os sócios esperam que o próximo ano zero tenha em atenção estas lacunas... Momento Chave: Beira-Mar 0-1 AcadémicaA Académica fez uma época insossa e desinteressante, raramente em apuros mas também sem em nenhum momento conseguir chegar longe na tabela; ou seja, andou grande parte da época a lutar por coisa nenhuma. Uma situação que no entanto não se verificava à entrada da 26ª jornada, quando a Briosa somava apenas 3 curtos pontos de vantagem sobre o trio de últimos classificados e se deslocava ao terreno de um destes: o moralizado Beira-Mar que ainda na ronda anterior tinha ido às margens do Sado esmagar o Vitória de Setúbal, seu adversário directo, por claros 3-1. O jogo não foi interessante mas antes recheado de luta, mas entre as picardias e divididas Rui Lima e Edgar desde cedo começaram a encostar os estudantes às cordas, que só através da inspiração de Filípe Teixeira iam conseguindo espevitar a pressão e equilibrando a partida. A segunda parte foi mais calma com as poucas oportunidades de golo a dividirem-se; mas ainda era o Beira-Mar que jogava melhor. Foi por isso um tanto ao quanto contra a corrente que o fragilizado Gyano, lançado apenas 13 minutos antes e lesionado logo no primeiro lance que disputou, conseguia acolher a jogada pela esquerda de Joeano e colocar a Briosa na posição de vencedora, que se manteria até ao fim. Era o seu 4º golo esta época e o último que os estudantes marcariam na prova.... mas valeu 6 pontos de vantagem para a linha de água e, provavelmente, a manutenção. Figura: Filipe TeixeiraIgnorado e menosprezado pela maioria dos clubes em que jogou anteriormente, Filipe Teixeira encontrou na Académica o terreno ideal para impôr as suas qualidades. No promissor início de carreira os seus treinadores insistiam em colá-lo à linha, onde apesar de alguns rasgos já de alguma classe a sua falta de velocidade o tornava um mero jogador banal. A estes respondia que o seu lugar era no centro, numa segunda linha ofensiva; mas a única reacção a esse pedido foi a dispensa do PSG. Já em Coimbra, e depois de alguns jogos positivos encostado à ala direita, Nelo Vingada entendeu por bem dar uma chance ao atleta luso-francês na posição que este reclamava - e num ápice Filipe Teixeira voltava a ser visto como um jogador de grande valia. O médio passeia classe, faz questão de a colocar ao serviço do colectivo, e assim as suas características principais - o drible em corrida e o passe rápido e seguro - desempenham um papel fundamental nas transições ofensivas academistas. Não sendo fisicamente dotado, equilibra-se bem para aguentar o choque e apresenta uma personalidade combativa que lhe permite arriscar e ganhar várias fintas a cada jogo, mesmo em situações em que o espaço não abunda. É ainda uma mais-valia nos lances de bola parada, dado que apesar do seu pontapé não ser muito forte sabe colocar o esférico com precisão assinalável. Como pontos ainda a melhorar, o destaque vai para o reduzido numero de golos marcados - prefere assistir a arriscar o remate - e apresenta alguma tendência para lateralizar em demasia o jogo. Um jogador de categoria internacional. Revelação: Dame N'DoyePor muito que os olheiros da Académica se congratulem com o verdadeiro achado que Dame foi, a verdade é que o Senegalês chegou à Briosa por puro acaso. No início da pré-época anterior e antes de partir rumo às Arábias o mano mais velho N'Doye levou o jovem à presença do treinador, pedindo por uma chance à experiência e acrescentando que a contratação não traria custos, já que este não tinha qualquer vínculo. Manuel Machado, possivelmente desconfiado da forma pouco usual como Dame tinha chegado ao clube, observou o jogador durante toda a pré-temporada sem nunca se comprometer com um veredicto final, até que por fim se rendeu às evidências: valia mais este avançado chegado por acaso, do que qualquer um dos outros três ou quatro escolhidos a dedo. Tal como o irmão Ousmane, Dame é um verdadeiro diamante bruto na medida em que é muitíssimo completo do ponto de vista físico e tremendamente objectivo no seu estilo de jogo, agitando as partidas e colocando adversários em sentido com as suas investidas. Destaca-se acima de tudo pela forma intempestiva como joga quando tem a bola nos pés - a sua arrancada em velocidade é extremamente difícil de parar,tão rápido que é a atingir o seu pique, e a facilidade que apresenta em rematar a qualquer distância ou posição normalmente surpreende as marcações. Esta época foi colocado a jogar nas costas de avançado ou descaído para uma das alas, numa clara intenção de o libertar de amarras tácticas e assim libertar o seu poderio ofensivo. Ainda terá de evoluir muito em aspectos mentais e posicionais - no início da temporada não era sequer capaz de apontar em que posição jogava - antes de se poder considerar um grande jogador, mas o potencial bruto está todo lá. Decepção: SonkayaCada vez é mais dificil de compreender quais as qualidades que Adriaanse viu em Sonkaya para decidir torná-lo jogador do FC Porto, já que o ponto máximo do nivel das suas exibições em Portugal não ultrapassa o medíocre. Esta temporada até esteve integrado num plantel onde, com o único concorrente de posição lesionado durante dois terços da temporada (Nuno Luís), à partida teria espaço mais do que suficiente para esplanar as suas capacidades; mas no entanto acabou por ser preterido em favor de Kaká, Nuno Piloto e Paulo Sérgio, todos eles adaptações que também não ultrapassaram o rendimento mínimo e ainda assim revelaram-se melhores opções do que o Turco. Até agora Sonkaya tem demonstrado ser hesitante e temeroso em explorar o seu flanco e de grande fragilidade no 1 contra 1, ao ponto de não se perceber como é que conseguiu em tempos ser internacional A por uma selecção europeia. |
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